Há o buraco

há um buraco no mundo
para onde todas
as cores se vão
lívidas
ou sujas
pelo teu batom.
Que a meia-luz
tu o retocas
quase feito pincel
fotografia gasta
de semi-utilidade
ronronando baixo
semi-tom
Percebo-te noite
Quando exalas
no hálito
o perfume funesto
das flores
onde estrangulas
o broto e a relva
fazendo-te bela
em contravenção
E ti
criatura eximia
da perseguição
fazei-me refém
de meus próprios
pudores
amores
Para no fim
como qual folha branca
irresoluta e só
ronronar baixinho
como um sopro
semi-tom
- E o que é o amor?

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