Messalina

Rasga-me
homem,
carne
e sexo.
Passeia
as trilhas
descampadas
do desejo ardente
e sujo.
Espreita
com teus
lábios
sábios,
o templo
às minhas coxas.

Devora-me
no canto
no teto
entre as frestas,
sob os muros
e eras.
Gorjeias teu som
de fera
e se apressa
a arrancar
trêmulo
o fôlego,
sopro
e chama.

Incendeia-te
Bruto singelo
pequena morte
consome de nós
os restos tortos
e doces
de outro tempo
mais ameno.

Mastiga-me
Posto, o seio
que o alimenta.
Messalina tua
a prover-te
leite
gozo
e permanência.

Visto que só
se adivinha tua
a cavalgada.
Os incêndios
todos
Intrépidos
de lava

Por ora,
Benfazejo homem
do teu corpo
escrava.


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