Homens Transponiveis

Disseram-me: sejas homem, ou teus nervos metálicos, como as cordas do violão que preguiçosamente tocas sustentando em dor maior a fome e a presença dos olhos curiosos de outras feras, bicho humano impugnavel, estás cordas, como as outras cordas em meus pulsos desprendem-se retorcidas no contato do tempo e o chão batido da casa do avô. Seja homem, eles disseram, seguros do tempo do homem e do negror das barbas, escondidos sob o escombro do pavor mesquinho das armas e o apertar de mãos sujas simulando o jogo perigoso de se ser só e não o outro, faca presa à garganta, caça e noite se extinguem, eu silêncio, mas não calo: o que é ser homem?

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