aquilo que goteja

está pingando alguma coisa lá fora que me lembra você, que me lembra todas aquelas historias que você gostava de cantar baixinho quando achava que eu não estava escutando e eu estava, com certo desespero da sua voz confesso e braços abertos estendidos como uma toalha de retalhos, você produzia uma melodia tímida sobre o vazio das pessoas, um certo molhar-se que era bom, que humanizava as coisas de pedra, puff, de repente um poema de pestanas fechadas ou um risco morno que pinga, que goteja aquela sensação que gruda na pele até o osso, um óleo grosso que envolve a flor e o plástico e até o metal das moedas, alguma coisa lá fora pinga, pinga, pinga

e me lembra você.

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