sereia do espaço

lança-me do barco se quiser,
pedra na água, uma jóia submersa,
sereia ensandecida em paetê
e madrepérola, dignissima
bruxa do mar interceptadora
dos desavisados, santa santa
dos mistérios aquáticos,
guardiã dos portos, raio do veio
de prata. segura minha mão,
minhas escamas de peixe,
vai ficando, escora tua mágoa
no canto da sala, prova do odor
familiar de especiaria antigas
da tua pátria, tempero de lânguidos
olhos, cova rasa na terra, uma brecha
no fim, ventania cinza que se arma
no norte, anúncio e trovoada, castigo
na noite, naufrágio, afogamento e vastidão
e eu mesmo já estou perdido.

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