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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

obscuro desejo

a noite se aproxima, no seu bafo, flores juvenis despontam pelas calçadas. uma ave atinge o céu. e no vasto céu uma chuva de pequenas penas coloridas enfeitam o quintal dos fundos, estrelas neon fritam o cimento da cidade selvagem. um cão vadio uiva. no centro, um estremecimento, giro bidimensional do plexo nexo órbita flâmulas o véu sobre seu corpo, uma fagulha, entre estrelas que despencam

eu-anônimo

sua dor é um casaco espesso que te cai dos ombros e se arrasta por ruas pavimentadas sem verão, sua dor é uma capa que te embrulha os ossos em dia de temporal é quando a chuva encharca os olhos e seu corpo traça uma rota cega pelas esquinas vertendo minúsculas gotas brancas nos jardins públicos sua dor é aquele bicho acuado que não larga o osso, não sai pra brincar, nem se arrisca sua dor sou eu, baby e cada memória viva que te habita.